sexta-feira, 30 de abril de 2010

"Um Dia de Fúria"

Eu, pessoa irritada e impaciente que sou, já cheguei a uma certa conclusão há algum tempo: Quanto mais você ama uma pessoa, mais facilmente ela te irritará.
Sabe aquela clássica frase sobre a tênue linha entre o Amor e o ódio e etc.? Pois bem, não pense que essa famosa citação (por sinal, quem foi o primeiro a concluir isso?) serve apenas para aqueles casos de comédia romântica onde o mocinho e a mocinha se detestam e se casam no final.Não não meus caros, a minha conclusão está mais para crime passional do que "os opostos se atraem".
Você pode notar.Você mulher por exemplo, nos seus maravilhosos dias de tensão pré-menstrual de quem você tem mais raiva? Dos seus próximos ou dos que nada tem a acrescentar na sua vida? Obviamente que dos próximos! Afinal de contas, eles te "conhecem", eles são aqueles mesmos rostos costumeiros com falas e trejeitos costumeiros e eles estão prontos pra trucidar com a sua ferida por mais banal que ela seja!
A parte mais interessante nisso tudo é a hierarquia que se segue: Quando você acorda "virado no diabo" seu nível de irritação aumenta ou diminui de acordo com sua companhia. Ao se olhar no espelho, você apenas sente uma sensação de mal estar, afinal de contas você não acordou se sentindo importante o suficiente pra ter raiva de si mesmo, então você ignora a própria existência e vai viver o mundo. Se algum conhecido menos importante, exemplo seu vizinho, não responder sua tentativa de bom dia você deseja intimamente que ele perca o ônibus pro trabalho. Se algum amigo normalmente querido por você citar algum assunto desagradável ou te sacanear de alguma forma, você espera que em alguma hora daquele dia ele tropece e dê com a cabeça no meio-fio,e conclui com o pensamento de o quão delicioso seria ver um enorme hematoma na testa dele no dia seguinte. Agora se sua mãe entra em contato com você e inicia aquela conversa sonsa de conteúdo básico "Cuide direito da sua vida" e ainda por cima adiciona um "Ai, como você está irritada(o) hoje!" a sua pessoa deseja ter nascido até de uma gambá pra não ter que aguentar aquilo e se sente mais irritado ainda por ter que segurar todo o tipo de ofensa, porque se você ofender sua mãe meu caro, nem que seja a mínima ofensa possível... Tudo, eu disse tudo vai ficar muito pior. Então vem o cheque-mate: seu cônjuge. Se for um casal apaixonado, por Deus, pior ainda.Um errinho de comunicação é crucificação. Se coincidir dos dois enamorados terem um dia ruim, a energia gerada pela raiva de ambos equivale a 50 bombas nucleares daquela que foi lançada em Hiroshima. Qualquer falta de atenção, qualquer olharzinho de reprovação, qualquer palavra dita de mal jeito vira o motivo pra você querer desmembrar o seu querido amor, arrancar-lhe os olhos e a língua, cravar-lhe uma faca no baço e finalmente, jogá-lo no Poço de Piche.
Pois é, assim muitos morrem! Crime passional!

É claro que, pela graça divina, a maioria da população que nutre esse tipo de sentimento não é completamente desequilibrado e maluco... É comum que no final do dia, alguns por não conseguirem dormir (meu caso às vezes), acham a paz de espírito e se reconciliam com todo mundo. Principalmente com o respectivo "amor", que é o primeiro pra quem você liga dizendo: Oi neném, tô com saudades, te amo!

Nós não valemos o que o gato enterra. E não seja hipócrita, porque todo mundo já acordou com o pé esquerdo um dia.

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