terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sessão Neurose 07

Hoje vou abordar uma neurose um pouco diferente: Fobias que tentam se explicar.

Uma pessoa de meu convívio não suporta que nenhum pé se aproxime dela. Tênis, sapatos, chinelos, sandálias ou descalços, esta pessoa tem um ataque histérico se qualquer pé chegar a menos de 50cm de proximidade.
Entretanto, ela possui uma explicação para tamanho chilique: não se sabe por onde aquele pé andou, então é inadmissível que qualquer sujeira que tenha possivelmente contaminado a sola deste membro inferior entre contato com alguma parte do seu corpo. Só a idéia de que isso possa acontecer a perturba profundamente.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

As Possíveis Agruras da Paixão e Fantasias do Amor.

Me chamou a atenção como, ultimamente, a necessidade de desvendar os mistérios dos relacionamentos aumentou. Nesse ano já li mais de duas matérias relativamente longas intituladas "Como Funciona o Amor?" ou algo do gênero. Notei também que as pessoas estão discutindo muito isso, questionando e julgando as razões para o início ou o término de um relacionamento. O que eu acho curioso é que a conclusão da maioria perante esse assunto: a amizade é a relação mais pura que pode haver entre duas pessoas. O amor entre dois amigos é "melhor".Foi então que tive um insight. Ao ler aquelas matérias de revistas e jornais e ao ouvir a opinião das pessoas sobre isso, conclui que raramente há um entendimento da diferença entre Amor e paixão.
A história clássica que ronda nossas cabeças é que um dia você vai se apaixonar por alguém, começar um relacionamento de amor verdadeiro e passado o tempo se casará e formará família. Final feliz mode on. Porém, a necessidade de que esse conto de fadas se realize acaba nos dando uma idéia completamente errada sobre a natureza dos relacionamentos humanos.
Primeiramente, não existe tal coisa como "Amor verdadeiro". Ou há Amor, ou não há. Nós somos livres para amar qualquer pessoa e não há diferença nenhuma entre o amor sentido pela sua mãe, seu amigo ou namorado(a). A diferença é estabelecida pela paixão.

A paixão, como qualquer outro sentimento, tem um motivo pra existir e infelizmente é finita. Há aquelas que duram mais, as que duram menos e as que não duram nada. Cada um sente e age de formas diferentes quando está apaixonado. Românticos, ciumentos, agressivos, passivos, efusivos, dramáticos, inúmeros perfis movidos pela força da paixão. Mas vide bem, da paixão, não do Amor.
O Amor é muito mais que um sentimento, não é possível classificá-lo ou dividi-lo, é uma força única e inigualável que move tudo e todos que conhecemos ou ainda vamos conhecer.
Essas formas estipuladas de relacionamentos, com nomes que tentam canalizar o que você sente são um erro. Qual a necessidade de estipular uma patente para a pessoa amada? Nada é necessário, não é preciso amar para ter um relacionamento e não é preciso um relacionamento para haver Amor. A grande felicidade de amar e de se apaixonar é a liberdade do sentimento. Mas a melhor parte é que ambos podem conviver em harmonia! Fantástico não? Poucos conseguem lidar com isso.
A chave para que essa combinação dê certo é o respeito mútuo. As vontades devem ser respeitadas e nada pode virar obrigação. Obrigar alguém a fazer qualquer coisa só traz resultados negativos.

E sobre aquele velho sonho Casamento de Conto de Fadas, encontrando-se alguém que tem desejos parecidos com os seus, com paciência e principalmente muita vontade, tudo é possível. Mas repito, paixão é finita, aquela sensação de borboletas no estômago não dura pra sempre. As coisas vão se transformando com o tempo, mas isso não precisa de jeito nenhum ser ruim. Muitos acham que quando o furor apaixonado acaba, tudo acaba. Mas existe tão mais que isso! A convivência, a confiança, a intimidade que pode existir entre duas pessoas é uma sensação maravilhosa! Pode parecer meio bobo, mas um grande exemplo disso na ficção: Friends, Mônica e Chandler. Pura verdade, eu juro!

Portanto, não vamos nos basear nessas pesquisas de teor científico que tentam nos dar um manual de instruções ou então nos ideais sedutores dos desenhos Disney. Vamos viver inspirados nas nossas próprias vidas! Nada é perfeito, nada é premeditado, nada é melhor.


Links das matérias que mencionei: 

Site How Stuff Works
http://pessoas.hsw.uol.com.br/amor.htm

Revista Super Interessante (ótima reportagem)
http://super.abril.com.br/ciencia/amor-566654.shtml



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Indiferença.

Eu ia começar esse post descrevendo o que é a indiferença. Foi quando eu descobri que não sabia colocar uma descrição em palavras, por isso, recorri ao meu bom e velho amigo dicionário (dinossaurio para os íntimos).

In.di.fe.ren.ça sf. 1.Desinteresse. 2. Apático, insensível. 3. Que não é bom nem mau.

Como podem ver, tudo que descobri foram sinônimos. Mas sinônimos que podem me ajudar a desenvolver melhor esse ato que não consigo por em uma classificação nominal.

1. Desinteresse:
A ignorância eu sou capaz de entender, pois afinal de contas não se pode formar uma opinião sensata em cima de algo que se desconhece. Mas não consigo compreender a idéia de que após presenciar ou vivenciar determinada situação, possa-se anular qualquer reação.

2. Insensível:
Há pessoas que são mais racionais, que não se sentem emocionadas e por isso não expressam um sentimento, mas formulam um pensamento, levantam uma posição mesmo que intimamente.

3.Que não é bom nem é mau:
Soa como uma charada pra mim, não consigo definir uma resposta.

A indiferença a qual me refiro aqui não é sobre não ter uma religião ou não torcer para um time específico de futebol (exemplos do dicionário também), me refiro ao ato de conhecer algo ou alguém e não dar a mínima importância pra isso. Ou pior, conviver  com algo ou alguém e depois de passado o tempo, não demonstrar, sentir ou pensar mais nada. Como é possível apagar completamente algo que já existiu na sua vida?
Já disse aqui uma vez que a coisa que mais me incomoda é o exagero. Ser indiferente, no meu ponto de vista, é um exagero negativo. O extremo contrário daqueles que amam demais.
Portanto o que lhes digo é, se a indiferença não tomou conta de todos os cérebros, que os pensamentos e sentimentos sejam expressados,respeitados e, se possível, colocados em ação.


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Sessão Neurose 06


A particularidade beirando patologia dessa semana volta ao tema Mania de Limpeza.

O indivíduo em questão, um homem, gosta de limpar sua casa com extrema minúcia. Em sua sala de TV, ele possui um daqueles sofás que tem uma chaise (aquele prolongamento do assento em apenas uma parte do sofá).

Sofá com chaise, muito parecido com o do indivíduo.

Pois bem, este homem aprecia tanto a limpeza total de seu belo sofá, que não permite que ninguém repouse os pés descalços sob a chaise sem ter tomado um banho, ou então, sem colocar uma toalhinha protetora no local. Deixando bem claro que não estou me referindo a pés enlameados ou de coloração diferente da usual devido a sujeira. Qualquer pé que tenha acabado de sair de dentro da meia ou do chinelo sem passar por uma higienização é considerado sujo.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Cronograma Natural.

Há algum tempo estava conversando com alguns amigos sobre a disposição e função dos dias da semana na vida de cada pessoa. Dessa conversa conclui que todo mundo possui um pequeno cronograma que possibilita e/ou impossibilita ações peculiares do cotidiano. Ou seja, cada dia tem uma tendência, e muitas vezes há uma unanimidade quando se comparam os cronogramas.
O meu não falha nunca, cada dia tem uma função natural.

Domingo de Tédio: não entendo como doze horas (média de tempo que passo acordada no domingo) podem durar tanto e serem tão chatas e mal utilizadas.

Segunda do Desânimo: e da preguiça, e da lamentação, e de milhares de coisas pra fazer e não conseguir concluir nenhuma.

Terça do Trabalho: tudo que deveria ter sido feito na segunda mas o relógio biológico decidiu fazer só agora.

Quarta do Lazer: nada exorbitante. Um filme, um seriado, um livro, uma gordice.

Quinta do Amor: todas as coisas felizes que podem acontecer.

Sexta implícita: é só saber ler com malícia.

Sábado Vale Tudo: se há um dia em que você pode fazer o quiser, é este.



quarta-feira, 10 de novembro de 2010

"Cry Baby"

Eu sou uma pessoa que costuma chorar com muita facilidade. Qualquer situação que desperte uma emoção mais forte me faz romper em lágrimas. E quando eu digo uma emoção mais forte eu me refiro a qualquer emoção existente só que numa dose mais carregada.
Sinceramente lhes digo que não gosto muito dessa característica pois ela reforça uma idéia errada que muitas pessoas cultivam: chorar é para os fracos.
Estou me usando como exemplo aqui pois não há ninguém que eu conheça mais do que eu mesma, mas quero englobar todas as pessoas que são julgadas pela atividade de suas glândulas lacrimosas.
Parte considerável da população mundial faz um link direto entre emoção e fraqueza, emoção e imbecilidade. Eu não entendo muito bem essa linha de pensamento, mas meu palpite é que essa porcentagem de pessoas acredita que apenas aqueles totalmente racionais são capazes de fazer qualquer coisa de forma correta. Ou seja, se você chora assistindo "Titanic" você não pode se alistar nas Forças Armadas.
Demonstração de sentimentos não significa fraqueza, na verdade por vezes requer muita força. O importante é não exagerar, é necessário saber usar seu lado passional junto com o racional. Mesmo que um aflore mais que o outro, eles não podem se excluir.
Portanto, o que lhes digo é que existem pessoas que se emocionam facilmente, pessoas que se emocionam de forma esporádica, pessoas que raramente se emocionam, e existem pessoas que dizem não se emocionarem com nada. Essas últimas mentem.  

Sessão Neurose 05

Hoje vou lhes contar uma neurose que ultrapassa os limites da generosidade: Excesso de comida.


Um dos círculos sociais que frequento é composto por aproximadamente vinte pessoas. Uma dessas pessoas, do sexo feminino, é uma adoradora de festas. Toda e qualquer ocasião é um motivo pra uma grande reunião com tudo o que tem direito. Sem problemas, uma festa é sempre bem-vinda. Entretanto, é aí que nasce o problema: ela simplesmente não consegue conciliar o número de convidados com a quantidade de alimento a ser servido. Não pensem vocês que é um erro comum! Não não, pois ela comete o mesmo erro há anos, sabendo os hábitos alimentares de seus convidados e comprando excessos fenomenais de comida!
Esta peculiaridade se confirmou na última reunião que fizemos. Das vinte pessoas habituais, dez não foram, e essa minha conhecida "preparou" nada mais nada menos do que: dois foundues de queijo grandes, uma panela média de creme de palmito, uma porção família de salada de maionese, duas porções grandes de sanduíches com patê de gorgonzola, e dois pães de 40 cm cada, recheados respectivamente de peito de frango desfiado e um misto de queijo, presunto etc. E de sobremesa, docinhos diversos e um bolo de morango com chocolate de 2,5 Kg.

Esta festa aconteceu no sábado passado. Comerei sobras até o próximo domingo.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Sessão Neurose 04

Vamos a neurose premiada dessa semana: Pressa pra chegar a lugar nenhum.


Se existe alguma coisa que me atormenta é gente desesperada. Infelizmente muitas pessoas assim são próximas à mim.
Imaginem certa Dona Fulana cujos os hábitos se resumem em limpar e organizar a casa, percorrer lojas e mercados em busca do menor preço, ver um ou dois programas de TV, comer e dormir. Tudo no período entre 05h e 20h. Típica vida de aposentado, certo? Errado! Pois nossa amiga Dona Fulana faz tudo isso de forma tão frenética e desesperada usando a desculpa que não tem tempo. Agora lhe pergunto: não tem tempo pra que?!
Quando acontece desse ser humano sair para alguma atividade de lazer, não há aproveitamento, pois ele corre na frente de tudo e de todos e dentro de 20 minutos está ansiando em ir pra casa para fazer exatamente nada.
Sinto muito, mas isso pra mim é igual a Ponte Torta de Jundiaí: não leva nada a lugar nenhum.

Obs:  A menção a Ponte Torta não quer dizer que não gosto dela, pelo contrário, fiquei feliz quando resolveram tombá-la como patrimônio histórico. 

Saudosismo litorâneo

No último feriado fiz uma viagem para a Ilha do Mel no Paraná. Lugar muito bonito, ótimo para parar um pouco com tudo e relaxar. Enquanto estava lá, andando pelo meio do mato (Lost feelings) e visualizando a paisagem maravilhosa, retomei um pensamento antigo: praia e saudosismo/nostalgia são sinônimos.
É um pensamento óbvio e até contestável, afinal em qualquer momento que você está relaxado certas lembranças surgem na sua cabeça causando o mesmo efeito nostálgico. Mas o que acontece na praia é diferente, a forma com que você se sente é maior do que qualquer saudade, é como reviver aqueles bons momentos passados ali enquanto você olha o mar.
A parte difícil é voltar pra realidade, deixar pra trás aquela sensação enriquecedora e retomar a vida de onde ela parou. Mas é necessário, senão todas as epifanias obtidas nesse break não vão servir de nada.
Penso que todo instante é um recomeço, uma oportunidade. Usar alguns desses instantes para aprender de novo com aquilo que você já viveu é uma dádiva.

"A gente só não inventa a dor
 A gente que enfrenta o mal
 Quando a gente fica em frente ao mar
 A gente se sente melhor."
                                     Nando Reis