quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sessão Neurose 11

Hoje é a última quarta-feira do ano, o que nos leva a última Sessão do ano! Número 11 pra combinar com o Ano Novo!
Muito bem, muito bem. Hoje como é um dia especial de fechamento, lhes apresentarei uma neurose de uma pessoa muito constante na minha vida: eu!
O meu pequeno problema se encaixa na classificação Fobias Que Tentam Se Explicar, todavia eu não tenho nenhuma explicação realmente plausível. 

Essa aqui quem vos fala sofre com números ímpar. Nada que seja um número ímpar me passa segurança. Menos os números cinco e um, pois o primeiro tem uma tabuada com grande presença de números pares e o segundo está relacionado com o dia de meu nascimento, ou seja, já me acostumei com ele e com sua unidade solitária. Eu nasci em primeiro de Julho de 1992, adoro Julho, mas ligá-lo ao número sete me dá arrepios.
O meu desespero é tanto que não consigo deixar o volume da televisão ou do rádio em números ímpar. Toda vez que alguém aumenta o volume da TV do meu quarto e deixa no dezenove eu surto, saio correndo até os botões e aumento pra vinte ou abaixo para dezoito. Por sinal, adoro o número dezoito.

Novamente, feliz 2011 para todos vocês! (eca 2011!)

Teorias da Realidade 03


segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Expectativas.

De forma bem generalizada, todo final de ano é um clichê. Deseja-se apagar o que foi ruim, relembrar o que foi bom e pedir o melhor possível para o próximo ano. Desejos bons, desejos difíceis.
Esse padrão sempre se encaixou muito bem na minha vida romanticamente idealizada, porém este final de ano está sendo um pouco diferente. Como minha imaginação é por vezes muito presunçosa, toma o controle e acaba fazendo alguma coisa errada, o que acaba com qualquer resolução positiva, por isso me esforcei nesses últimos meses de 2010 a sufocar meu romantismo latente e usar a cabeça.
Ao fazer isso, a primeira coisa que apago são as expectativas que o próximo ano vai ser melhor. Sim, é radical de minha parte mas explico-lhes o porque: expectativa é o ato de esperar muito de algo não garantido, e expectativas de fim de ano costumam ser exageradas. Um período inteiro pode ruir devido um desejo muito forte que se transforma em decepção. Esperar demais é um perigo, principalmente para aqueles que, como eu, possuem uma imaginação arrogante e prepotente que acha que pode dar conta de tudo e muitas vezes enxerga oportunidades onde não há.
O motivo de eu estar narrando todas essas minhas não-resoluções de Ano Novo é justamente uma tentativa de minar o perigo que as expectativas representam para muitas pessoas. Quando se espera demais, se faz de menos e se recebe de menos. Muita gente acha que pedidos feitos com muita fé são realizados de uma hora pra outra e não exercem nenhuma ação para fazer as coisas acontecerem. É como aquela velha história/piada do homem preso na enchente esperando Deus ir salvá-lo, muitos ignoram os sinais, as oportunidades concretas apenas esperando que algo melhor brote da terra e mude suas vidas sem que nada tenha sido construído com o passar do tempo.
Já disse aqui antes e digo novamente, sonhar é indispensável, ter esperança é indispensável, mas é preciso se mexer para que as coisas aconteçam! Ninguém chega a lugar nenhum só reclamando e choramingando pelos cantos sem tomar uma iniciativa decente para mudar o que for preciso.
Cada um tem uma mudança a fazer dentro de si, a minha atitude excessivamente realista nesses últimos meses foi o modo que encontrei para mudar aquilo que me incomodava e conseguir as coisas que desejo. O que não muda o fato de que continuarei sendo uma eterna defensora dos sonhos e romântica incorrigível. Com o tempo tudo vai se equilibrar.
Portanto, na hora de gritar feliz ano novo e fazer os desejos e superstições, vamos sim ser otimistas e ter pensamentos positivos, mas com a consciência de que nada acontece por acaso e que nós fazemos nossas próprias melhoras nesse e em todos os outros anos que estão por vir.    

Tenham todos uma ótima última semana de 2010 e um feliz começo de 2011!
(sempre que vou escrever 2011 escrevo 2001 primeiro...)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Sessão Neurose 10

Estamos em plena quarta-feira de Natal e não há nada melhor do que abordar esse maravilhoso tema nessa maravilhosa época: As Loucuras de Natal!
Todos sabemos que nenhum, repito, nenhum Natal é normal. É impossível planejar e vivenciar essa festa sem notar aquelas figuras peculiares presentes. Por isso, ao invés de uma neurose básica, citarei aqui as derivadas personalidades que aparecem no Natal de cada um de nós:

A Responsável: nesse caso pode ser uma mulher ou mais. Ela é responsável pela ceia que irá servir mais de vinte pessoas. É um cargo importante, então o nível de estresse que se apodera dessa criatura é maior do que o espírito de Natal, tendo início sete dias antes da festa, devido a correria para se achar o peru perfeito, e acabando apenas depois que a louça já foi lavada, pois nesse meio tempo é que as críticas são feitas. Eu já pude presenciar pratos serem quebrados, batatas voando durante o preparo, tudo por causa de uma crítica na hora errada.

O Engraçadão: na esmagadora maioria das vezes, o Sr.Graça está bêbado feito um Barney Gumble, o que acarreta a doce piada do "é pavê ou pa comê?" (tu dum pis). O problema maior, é que depois da sessão de piadinhas constrangedoras, vem a desgraça natalina. Quando todos se reúnem para aquela hora bonita de abraços e merry christmas, o emborrachado cidadão chora no ombro de todos que estão na festa pelos motivos mais variados.

A(o) Blasé: toda família tem um ícone blasé. É aquele jovem rapaz ou moça que recolhe-se a sua humilde insignificância no sofá da sala, fica mudando os canais da televisão enquanto finge escutar alguma coisa dos fones de ouvido grudados em sua orelha. A desculpa para o comportamento juvenil revoltante é odiar a família em sua hipocrisia natalina e julgar-se o único(a) coerente em meio aqueles pobres mortais por detestar o Natal. Claro que se estivesse numa huge festa com os amigos não teria esse tipo de comportamento.

A Mórbida: infelizmente para muitas pessoas, a festa natalina é uma chance ainda maior de recordar os entes queridos que já não estão mais entre nós. Porém, sempre tem alguém que exagera. Normalmente é uma mulher de meia-idade que faz questão de passar a festa inteira se lamentando pelo falecimento de parentes distantes, todos maiores de oitenta anos, todos já falecidos há quatro anos ou mais. Honrar aqueles que já foram é uma coisa, contaminar a família inteira com aquele sentimento de velório, assim não dá!

Existem outras figuras, mas ao meu ver, nada supera esses daí.


Um Feliz Natal para todos! 

  

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Vestibular não é de Deus.

Essa semana eu prestei o meu último vestibular do ano. Espero que ano que vem eu não tenha que prestar nenhum outro pois eu espero já ter passado em algum dos milhares dos vestibulares para que prestei.
Desde que eu tinha meus 9 anos de idade fazer faculdade é um grande objetivo na minha vida. Lógico que antes disso, como qualquer criança standard, eu tinha meus sonhos de "O que você vai ser quando crescer?", mas ainda não associava isso ao fato de estudar feito um condenado e lutar com mais de mil pessoas por uma vaga em alguma universidade pública. Por minha irmã mais velha ser professora eu sempre tive acesso a informações relacionadas a qualidade da educação do país. Ela me disse que as universidades estaduais e/ou federais eram as melhores, principalmente as da região sudeste. Eu grudei aquela informação no meu cérebro e desde então corri por toda minha vida escolar desejando que o estágio "Entrar na Faculdade" chegasse logo.
Então, no começo desse ano, as minhas concepções mudaram. Ao notar todo o desespero e pressão pelo qual eu e meus colegas estávamos passando só por causa da idéia de fazer uma prova no final do ano, a minha ficha caiu. As pessoas acreditam que fazer uma faculdade é o que há de mais importante para acontecer na sua vida. Que se você perder um ano de sua existência pós-ensino médio em qualquer coisa que não seja uma faculdade, estarás arruinado. A sua família se descabela, você se descabela e o mundo começa a ruir.
Pois bem, fazer faculdade realmente é uma coisa importante. Facilita sua entrada no mercado de trabalho, te dá uma especialização na área que você pretende seguir dando uma idéia de garantia de futuro melhor e dinheiro no bolso. Mas veja bem, tudo é uma possibilidade, fazer faculdade não é sinônimo de futuro garantido e radiante. Nada pode te dar essa garantia.
Ao optar pelo Ensino Superior, tem que ter certeza do que se está fazendo e do que se quer fazer. São quatro anos ou mais de uma vida que podem se tornar um péssimo investimento se não planejados com muito cuidado. Ninguém deve ingressar numa universidade só porque a mãe quer ou porque não tem nada melhor para fazer. Se há dúvidas na cabeça, conheçamos o mundo! Novas pessoas, novos costumes! Procuremos nos conhecer melhor antes de dedicar nossa vida a algo de que não se tem certeza. 
O próprio sistema de ensino do país está errado. Houve a criação de cotas para afro-descendentes, para estudantes de escola pública, ENEM, tudo na tentativa de facilitar a entrada no Ensino Superior. Mas e quanto as melhorias para o Ensino Médio e Fundamental? Do que adianta dar descontos para os estudantes na última fase de suas vidas escolares se durante toda ela eles não tiveram acesso a uma educação decente? Como alguém pode estar hábil a decidir sua profissão se não obteve conhecimento suficiente?
O mundo tem muito a oferecer e o conhecimento é infinito, nunca se sabe o que pode atrair a atenção e que reviravoltas podem acontecer, e não é essa cobrança descabida por uma decisão que é tão particular que vai mudar alguma coisa nas escolhas que tomamos.


"Foi tão fácil conseguir, agora me pergunto e daí? Eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar e eu não posso ficar aí parado."
                                           Raul Seixas 
  

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Sessão Neurose 09

Depois de recolher dados e histórias, conclui que essa mania é algo que vem com a idade, em mulheres principalmente, e pode ser classificada como mania de limpeza/organização somada a pressa pra não fazer nada.
Posso lhes dizer que essa é uma pessoa de minha família, e acredito que também há alguém na sua família que vai se identificar com ela. Pois bem, em todo almoço familiar, seja ele grande ou pequeno, algumas pessoas sempre acabam fazendo mais do que as outras. As que cozinham melhor cozinham mais, as que organizam melhor arrumam a mesa, as que são mais bêbadas bebem tudo, e assim por diante. Porém, a louça é algo que todos podem e devem se encarregar de limpar, qualquer um é capaz de lavar o próprio prato (menos bebês e velhinhos muito velhinhos), entretanto é aí que entra a heroína(?) de nossa história. 
Esta mulher de minhas relações não consegue esperar que cada um lave seu prato e decide ela mesma fazer o trabalho sujo. O problema é que ela não espera nada e nem ninguém, tirando pratos e copos da mesa antes mesmo das pessoas terminarem completamente a refeição. E se alguém tenta reavê-los, tarde demais, ela já lavou tudo se não na velocidade da luz, pelo menos na do som. 
Nessa brincadeira já perdi a conta de quantas vezes me foram arrancados aqueles últimos dois dedinhos de Coca-Cola gelada, ou das vezes que ao virar para o lado perdi minha taça de sorvete. 

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Tem alguém atrás da porta...

Paranóias são invasões do seu subconsciente tentanto te provar que vai acontecer algo que você não deseja. Infelizmente é impossível ter bom senso quando se está em um estado de paranóia, então, por mais absurdo que seja o possível acontecimento maligno, como por exemplo achar que sua mãe é um zumbi que vai devorar seu cérebro enquanto você dorme, somente uma prova absoluta pode te convencer do contrário.
Eu tenho muitas cismas paranóicas: medo de perseguições, enxergar mensagens subliminares onde não tem, criar teorias da conspiração diversas, etecetera etecetera.
Creio que esse é o lado maligno de uma imaginação fértil. Agradeço todos os dias pela minha extensa criatividade, mas ela veio com esse revés de bônus. Pena.
Ainda não tive sucesso, mas estou trabalhando numa cura pra isso. Há quem pesquise a solução para AIDS, para o câncer, eu travo uma batalha contra a paranóia, afinal é para o bem da humanidade. Quem quiser me ajudar nessa busca é mais do que bem vindo.


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sessão Neurose 08

Vou me engajar novamente no tema fobias que tentam se explicar.

Entretanto, essa fobia não possui exatamente uma explicação.
Uma moça, desde de que a conheço (muitos anos já) tem horror a qualquer contato com seu umbigo. Ela não suporta nem que passem a mão por cima do orifício, reagindo de forma extremamente violenta quando isso acontece. Já presenciei ela agredindo massagistas, médicos, instrutores de pilates, o próprio marido e claro, eu mesma (doeu bastante).
É interessante como ela não consegue nem sequer ver outras pessoas mexendo em seus respectivos umbigos. Quando a moda de piercings nessa região estava no auge ela passou perto de uma síncope.
Quando pergunto "Querida, como você faz para limpá-lo?" ela me responde em meio aos tremiliques que fecha os olhos e passa um lencinho úmido.
Me pergunto como vai ser se um dia ela tiver filhos, como ela vai lidar com aquele toco de cordão umbilical.

"Desejo, necessidade vontade, necessidade desejo."

Em todos esses (poucos) anos nessa indústria vital, sempre desejei realizar coisas muito parecidas mas ao mesmo tempo diferentes. Realizações que exigem total dedicação e a escolha de um único caminho. É aí que encontro o meu problema.
Há aquela frase de um famigerado anônimo qualquer: se a vida te der limões, faça uma limonada. Mas e se a vida te der um limão, uma laranja, uma banana e uma maçã e dizer "Escolhe aí meu filho!", o que fazer? Há sempre a opção de fazer uma bela salada mista, mas a garantia de sucesso é pequena e por vezes arriscada. Então repito, o que fazer?
Infelizmente, na sociedade capitalista em que vivemos é necessário escolher um único plano de futuro para desenvolver, principalmente no quesito profissão. Estabilidade e especialização na área escolhida se tornaram exigências caso você queira seguir em frente com menos preocupações na cabeça e no bolso. Por exemplo: se o seu desejo é ser médico mas durante toda a sua vida você demonstrou talento não só para a medicina como também para as artes plásticas, qual seria escolhido como profissão e qual viraria hobbie? Um tanto óbvio, eu sei, mas é assim que acontece. Uma pessoa pode ter mais de um talento, mas é obrigado a escolher entre os dois se quiser ter sucesso em pelo menos um!
Em alguns casos é possível escolher duas atividades próximas e desenvolve-las simultaneamente, mas sempre é chegado o momento em que é preciso decidir em qual delas é mais possível trabalhar. Tudo em nome de menos estresse e mais tempo.
É aí que a maioria diz estar o grande problema, na falta de tempo. Eu discordo. Nós temos tempo suficiente para fazer tudo que desejamos, mas temos medo de desperdiçá-lo em algo que pode se mostrar ínfimo no futuro.   
Na minha visão, isso é realmente uma pena. Gostaria que todos pudéssemos fazer tudo que desejamos sem preocupações, mas isso é excesso de romantismo de minha parte. O mundo se faz de escolhas exigentes e realistas, fazer o que, não é? Me disseram que é pra formação de caráter.