quarta-feira, 27 de outubro de 2010

As meninas e... aquilo.

"Ou talvez não seja uma condenação ao sexo: só a recente liberdade sexual das mulheres. Enquanto a dupla moral favoreceu a libertinagem dos bons cavalheiros cristãos, tudo bem. Mas a liberdade sexual das mulheres, pior, das mães - este é o ponto! - é inadmissível. em mais de um debate público escutei o argumento de conservadores linha-dura, de que a mulher que faz sexo sem planejar filhos tem que aguentar as consequencias. Eis a face cruel da criminalização do aborto: trata-se de fazer, do filho, o castigo da mãe pecadora. Cai a máscara que escondia a repulsa ao sexo: não se está brigando em defesa da vida, ou da criança (que, em caso de fetos com malformações graves, não chegarão viver poucas semanas). A obrigação de levar a termo a gravidez indesejada não é mais que um modo de castigar a mulher que desnaturalizou o sexo, ao separar seu prazer sexual da missão de procriar."
Repulsa ao sexo. Maria Rita Kehl.
Penúltimo texto escrito pela psicanalista antes de ser demitida do jornal Estado de S.Paulo.


Mesmo o aborto sendo um tema interessantíssimo e neurose atual, principalmente nas bocas de petistas, psdebistas, lulistas, dilmistas, serristas e essa budega toda, não é essa polêmica que vou abordar.
Vou abordar outra polêmica fatídica, permanente (até presente data) e por vezes capciosa: sexo e mulheres.
A desigualdade de gêneros está presente em any ocasiões, mais nada denigre mais uma mulher do que a visão/opinião de sua vida sexual perante a sociedade infelizmente machista. Me refiro as denominações recebidas: ora mero pedaço de carne ( porque não dizer, por muitas vezes vagabunda), ora procriadora (Amélia).
 Já passou a hora de encararmos a sexualidade como uma coisa natural para todos. Da mesma forma que já passou a hora de adotarmos devidamente os métodos em prol da saúde sexual e também os que evitam a concepção indesejada. Paremos com essa ignorância!
Portanto, minhas queridas meninas, o que podemos fazer é tomarmos as rédeas da situação e ignorarmos essas convenções. Faremos a revolução das idéias através de atos simples e cotidianos. Se homens tem o direito de ter prazer, nós também temos!
O fato de sermos dotadas com o poder de gerar a vida não exclui o poder de tomarmos nossas próprias decisões sobre nossas vidas. Cuidemos de nós mesmas mulheres, mente corpo e alma.



Para quem quiser ler todo o texto de Maria Rita Kehl:





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