quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Saudades e Compreensão.

Nesse comecinho de ano eu estou com muitos planos. Na verdade eu os tenho há muito tempo já, mas agora que a possível realização está mais próxima minha ansiedade está maior. O plano principal é sair dessa cidade pela simples necessidade de evolução, necessidade de alcançar meus objetivos que por enquanto não estão por aqui. Eu ainda não estou certa de para onde irei, mas não será um lugar único por muito tempo, acho que por ter morado por dezoito anos no mesmo lugar (não apenas a cidade, mas também a casa) desenvolvi uma vontade nômade de estar em vários lugares diferentes.
Obviamente estou muito empolgada pois como já disse, espero por isso há tempos. Contudo, percebi que sentirei mais falta de certas coisas do que pensei que sentiria.
Cada vez que se conhece uma pessoa nova, conhece-se um pouco mais de si mesmo, daí vem o julgamento de gostar ou não daquele por enquanto desconhecido. Eu por exemplo tenho gostos muito peculiares, o que gera ações peculiares o que pode não aprazer muitas pessoas, isso fez com que durante esses anos poucas pessoas se tornassem fixas pra mim, em presença física ou apenas na lembrança. Num livro que não gosto muito tem a seguinte frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" - é uma frase extremamente válida na minha opinião, e por causa dela que me veio aquela dorzinha no peito ao perceber que vou ter que me distanciar daquilo que cativei com muito custo. 
Claro que contatos serão mantidos e pensamentos e sentimentos preservados, mas a distância física sempre é dolorida devido a impossibilidade de espontaneidade e ações imediatas, como por exemplo ler alguma coisa saudosa e não poder comentar com a pessoa querida naquele exato momento.
O meu saudosismo será daqueles que sabem o que gritar CONGA significa, daqueles que podem dissertar "O Rei Leão" a qualquer momento, dos que incluem o meu dialeto tão particular em suas frases (Kizanzy ange titi!), dos que me reconhecem pelas minhas inúmeras estranhezas mesmo sem saber o que elas significam (o que é ser um Balde pra você?), dos que entendem as parafrases dos vários filmes, desenhos e livros que conheço, dos que cantam loucamente as músicas que foram feitas para serem cantadas em alto e bom tom e também daqueles que apreciam a beleza de certas palavras e entendem porque algumas delas devem ser gritadas por aí, gerando até algumas competições de qual delas seria melhor. São muitas coisas para serem citadas, mas estão todas aqui na minha memória não tão boa.
Eu nem sei se os meus planos vão se concretizar tão rapidamente, mas ao pensar em todos os meus queridos e na possibilidade do afastamento, eu quis escrever isso que já escrevi para lembrar que devemos cuidar do que amamos em qualquer situação, não importa o que aconteça.      

3 comentários:

  1. Sim, nós sempre temos saudades do que deixamos pra trás.

    Mas é assim que as coisas são, a nossa vida é contada em fases. Cada vez que terminamos uma e passamos para outra, deixamos algumas coisas. As vezes dói bastante quando encostamos a cabeça no travesseiro e nos lembramos de tudo que não teremos mais.

    Por outro lado, uma nova fase está por vir e com ela virão novos amigos, novos amores, trabalhos. Quem sabe quantas boas risadas, novos restaurantes, pessoas interessantes, lugares magníficos, sentimentos novos você ainda vai conhecer não é mesmo?

    São as mudanças que nos fazem viver. Se não temos coragem para encará-las, morremos, mesmo que nosso corpo ainda esteja vivo.

    Desta forma, boa sorte na sua jornada e que venham grandes dias pra você.

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  2. não poderia ter feito um comentário mais digno!

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