segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Expectativas.

De forma bem generalizada, todo final de ano é um clichê. Deseja-se apagar o que foi ruim, relembrar o que foi bom e pedir o melhor possível para o próximo ano. Desejos bons, desejos difíceis.
Esse padrão sempre se encaixou muito bem na minha vida romanticamente idealizada, porém este final de ano está sendo um pouco diferente. Como minha imaginação é por vezes muito presunçosa, toma o controle e acaba fazendo alguma coisa errada, o que acaba com qualquer resolução positiva, por isso me esforcei nesses últimos meses de 2010 a sufocar meu romantismo latente e usar a cabeça.
Ao fazer isso, a primeira coisa que apago são as expectativas que o próximo ano vai ser melhor. Sim, é radical de minha parte mas explico-lhes o porque: expectativa é o ato de esperar muito de algo não garantido, e expectativas de fim de ano costumam ser exageradas. Um período inteiro pode ruir devido um desejo muito forte que se transforma em decepção. Esperar demais é um perigo, principalmente para aqueles que, como eu, possuem uma imaginação arrogante e prepotente que acha que pode dar conta de tudo e muitas vezes enxerga oportunidades onde não há.
O motivo de eu estar narrando todas essas minhas não-resoluções de Ano Novo é justamente uma tentativa de minar o perigo que as expectativas representam para muitas pessoas. Quando se espera demais, se faz de menos e se recebe de menos. Muita gente acha que pedidos feitos com muita fé são realizados de uma hora pra outra e não exercem nenhuma ação para fazer as coisas acontecerem. É como aquela velha história/piada do homem preso na enchente esperando Deus ir salvá-lo, muitos ignoram os sinais, as oportunidades concretas apenas esperando que algo melhor brote da terra e mude suas vidas sem que nada tenha sido construído com o passar do tempo.
Já disse aqui antes e digo novamente, sonhar é indispensável, ter esperança é indispensável, mas é preciso se mexer para que as coisas aconteçam! Ninguém chega a lugar nenhum só reclamando e choramingando pelos cantos sem tomar uma iniciativa decente para mudar o que for preciso.
Cada um tem uma mudança a fazer dentro de si, a minha atitude excessivamente realista nesses últimos meses foi o modo que encontrei para mudar aquilo que me incomodava e conseguir as coisas que desejo. O que não muda o fato de que continuarei sendo uma eterna defensora dos sonhos e romântica incorrigível. Com o tempo tudo vai se equilibrar.
Portanto, na hora de gritar feliz ano novo e fazer os desejos e superstições, vamos sim ser otimistas e ter pensamentos positivos, mas com a consciência de que nada acontece por acaso e que nós fazemos nossas próprias melhoras nesse e em todos os outros anos que estão por vir.    

Tenham todos uma ótima última semana de 2010 e um feliz começo de 2011!
(sempre que vou escrever 2011 escrevo 2001 primeiro...)

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